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Foto do escritorAlex Stein

A miséria nossa de todo dia

Atualizado: 24 de jul. de 2021



Você reparou como vem aumentando a quantidade de miseráveis e famintos pelas ruas?


Ontem, essa realidade bateu à minha porta. Uma pessoa que conheci há pouco tempo veio me pedir comida, porque não tinha absolutamente NADA para comer. Aliás, por perder a sua casa, teve que se mudar para a de uma amiga, que tinha quase nada para se alimentar, a não ser duas xícaras de arroz, e um pouco de óleo de soja.


Parei o que fazia e articulei uma ajuda, enviando uma mensagem padrão a alguns amigos e grupos de Whatsapp. Logo já havia levantado 390 reais, além de mantimentos que deram pouco mais de 2 cestas básicas e itens de limpeza pessoal. Pessoas que eu sequer conhecia vieram até a minha casa para trazer alguns alimentos e ajudar de alguma forma. O movimento foi rápido (como o problema deveria ser resolvido) e, em questão de pouco mais de 2 horas, o dinheiro, e parte dos mantimentos, já estavam na mesa, e no bolso da pessoa. A título de informação, a ajuda estatal de um sacolão demoraria 30 dias para se concretizar.


Depois de entregar os donativos, me sentei em frente ao computador para pesquisar informações para o post da semana do Meio Ambiente, para o perfil do Sustentabilize.se, no Instagram. Logo, me deparei com uma reportagem da Forbes que havia salvo no dia anterior para o trabalho, relatando o crescimento do número de bilionários em 2021.


A conjunção do acontecimento anterior com a leitura da reportagem me afligiu a ponto de mudar o tema do artigo de hoje, e falar justamente sobre esses dois assuntos: bilionários e desigualdade social, que são muito pouco debatidos em conjunto na mídia de massa e são responsáveis diretamente pelos absurdos diários que acometem o ser humano e, consequentemente, toda a sociedade em que vivemos.


Para começar, primeiramente, eu pergunto: O que são 10 milhões de reais pra você?


E 15 bilhões?


Acredito que a esmagadora maioria dos quem leem a primeira pergunta pensa que 10 milhões é o sonho de riqueza e sinônimo de viver uma vida sem preocupações. Mas quando a pergunta é sobre valores maiores, como bilhões, a maioria de nós não consegue quantificá-los, pois chega um momento que não compreendemos mais o que tantos zeros significam. Além disso, como os 10 milhões já seriam o sonho de salvação e de riqueza, os bilhões acabam tendo, praticamente, o mesmo sentido. Mas a verdade é que existe uma ENORME diferença, pois, para alguém que recebe mil (ou até mesmo 50 mil reais por mês), 10 milhões têm um peso muito relevante. Mas para quem é bilionário, 10 milhões significam quase nada.


Para entender o que eu quero dizer, vou fazer uso da famosa regra de 3, que aprendemos nas aulas de matemática do ensino médio.


O que significa 10 milhões de reais, para alguém que tem um patrimônio de 15 bilhões?


A mesma coisa que 666 reais, para quem tem um patrimônio de 1 milhão; R$67,00, para quem tem um patrimônio de 100 mil reais, ou ainda, 67 centavos, para quem tem mil reais nas mãos.


Ou seja, embora 10 milhões de reais seja muito dinheiro para mais de 99% da população mundial, esse valor é insignificante para um bilionário.


Aliás, a lista mundial de bilionários - de acordo com a reportagem que mencionei - aumentou de 2.095 pessoas, em 2020, para 2755, em 2021... em plena pandemia. Mas não podemos nos esquecer que existe muito mais bilionários do que o número oficial apresentado pela revista, já que o segredo é a alma do paraíso, assim como da sonegação fiscal.


E é justamente a desigualdade da distribuição das riquezas produzidas por TODOS nós a causadora disso tudo. Para você ter noção dessa desigualdade, o planeta possui 7.674.000.000 habitantes, mas somente 2.755 pessoas possuem mais dinheiro do que 60% da população de todo o globo. E se juntarmos os menos afortunados milionários, teremos 1% da população do planeta, com duas vezes mais dinheiro que todo a “fortuna” dos 99% restantes somada (mais aqui).


Dito isso tudo, fica uma "dúvida cruel". Alguém que possui a liberdade financeira infinita de acordar e decidir de momento que vai viajar para o outro lado do mundo, no seu jato particular, com a sua tripulação, desejaria dividir sua fortuna com o restante da população do planeta e viver com, por exemplo, “módicos” 100 mil reais mensais?


Para que você possa responder bem a esta pergunta, saiba que 70 mil reais é o mínimo que um proprietário de jato particular tem que arcar mensalmente para mantê-lo PARADO. Some a isso os custos de horas de voo, folha de pagamento da tripulação, taxa de pouso e decolagem, e o custo dobra facilmente. Os mesmos 100 mil reais é o valor a que pode chegar uma garrafa de vinho Domaine de la Romance - Conti Romance - Conti Grand Cru (mais, aqui)


Somado a isso que acabo de relatar, você ainda descobre que o Brasil não cobra imposto (no estilo IPVA) de jatos executivos, helicópteros e iates (mais, aqui), assim como também não cobra impostos sobre grande fortunas. Um incremento substancial na renda estatal, que poderia ser utilizada para promover justiça e paz social em terras brasilis. Local, inclusive, onde os pobres pagam, proporcionalmente, mais impostos do que os ricos (mais, aqui).


Daí que você não vê os noticiários informando diariamente que a quantidade de bilionários brasileiros aumentou de 45 para 65, em 2021, mas é bombardeado a todo instante com notícias do resultado que isso provoca na nossa sociedade: com a pandemia, além do aumento da violência social (homicídios, roubos, latrocínios, furtos, sequestros...) que já era enorme, agora também temos um aumento de famintos e miseráveis inversamente proporcional ao aumento de bilionários. E a pergunta que fica é: quanto mais de miséria e fome suportaremos ver e conviver até que REALMENTE EXIJAMOS um Estado que promova os ajustes necessários para termos uma sociedade de paz e justiça social?


Para me despedir, quero relembrar você que a CIVISPORÃ é uma marca de camisetas para nós, seres humanos, e nossos amigos peludos, que tem como propósito conscientizar a população de que a sociedade atual é o resultado daquilo que somos no dia a dia, e de que nossas atitudes transformam a sociedade, positiva – ou negativamente.


Alguns dos textos estampados nas suas camisetas podem parecer um pouco duros, pois repreendem atitudes prejudiciais; outros apresentam um convite a juntar “lé com cré”; outros são motivacionais. Mas todos eles nos fazem pensar e possuem o mesmo objetivo: lembrar que somos nós que construímos o Brasil e que cabe a nós melhorar a nossa sociedade. Sociedade esta que se iniciou no encontro dos colonizadores portugueses com os nativos indígenas que aqui já viviam.


E é refletindo esse início do nosso país que está estampado o propósito fundamental da CIVISPORÃ:

CIVIS: Sociedade, em Latim.

PORÃ: Bom, bonito, melhor, em Tupi.


Até a próxima e que todos nós, brasileiros, tenhamos a nossa desejada CIVISPORÃ!

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