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Foto do escritorAlex Stein

Muralhas a Derrubar




Você era (ou é) uma pessoa inteligente na escola? Como eram (ou são) as suas notas? Como você acredita que consideravam (ou consideram) você nesse local de aprendizado?


Enquanto vai pensando, peço pra você acessar esse link e escutar uma música que separei para estar no fundo da nossa conversa.


--- Pausa para a música iniciar ---


Vivemos em uma sociedade onde o conhecimento formatado para a composição de cidadania é transferido em instituições de ensino conhecidas como Escolas.


É nesses locais que colocamos nossas crianças para o desenvolvimento dos seus intelectos e capacitação de convivência e relacionamento social.


Durante séculos, o modelo de escola foi o mesmo, com ferramentas que até mudaram com o passar do tempo, por conta do desenvolvimento tecnológico. Mas a realidade é que o processo de ensino, em geral, continua sendo o mesmo, na maioria das nossas escolas:


· Estrutura com salas para um número elevado de alunos com apenas um professor por turma.

· Horários de aula que não levam em conta o desenvolvimento e necessidades físicas dos alunos.

· Falta de contato constante com a natureza.

· Modelo de dependência estudante/docente.

· E muitos outros...


Além disso, no nosso modelo de ensino, as crianças devem ficar sentadas por horas intermináveis (dentro de suas perspectivas) postando atitudes de adultos.


Ou seja, prestando atenção, com foco no que lhe é passado por alguém que está em frente a uma lousa, enquanto um mundo maravilhoso de cores corre do outro lado da janela, ou na tela do celular.


Para mim, que dou aula para crianças, adolescentes e adultos, é nítida a diferença de atenção dada por cada um desses grupos em sala de aula.


No geral, as crianças são mais agitadas. Não conseguem ficar paradas e mal prestam atenção a algo que não seja uma brincadeira. E essa situação vai mudando conforme vamos envelhecendo (mais aqui e aqui).


Daí me pergunto: Se crianças, adolescentes e adultos são tão diferentes no metabolismo e na quantidade de energia que possuem, por que, raios, mantemos um sistema de ensino onde a infraestrutura e o modelo de ensino são orientados para um ser humano adulto?


Crianças precisam se alimentar bem e gastar a energia típica de suas fases.


Mas na escola, quando deixam a pré-escola em direção ao ensino fundamental, são “aprisionadas” em salas de aula, de onde se exige um comportamento de atenção ao qual o físico delas não as possibilita.


Não são elas que devem se adequar ao sistema que criamos. Mas o sistema de ensino é que deve se adequar a condição das crianças.


Será que não somos inteligente o suficiente para criar condições e metodologias que ensinem o mesmo conteúdo de forma correta?


Será que não é possível ensinar ciências passeando pelo bosque (que sonho) da escola? Ou matemática, enquanto se planta na horta escolar (outro sonho)?


É tão difícil formatar um sistema universal de ensino onde a História possa ser contada em caminhadas ao ar livre, junto à natureza (desvaneio), ou antes do horário do soninho?


E a classificação do que é, ou não considerado inteligente? Quantas vezes a inteligência lógico matemática foi muito mais considerada frente a outras, como a motora, ou a musical, ou a interrelacional?


Até hoje, em pleno 2022, vejo crianças desesperadas com suas notas, e não com a internalização – e real domínio – do aprendizado, já que muitas delas sequer são informadas corretamente sobre o motivo de estarem “estudando”.


Conheço inúmeros pais e mães que limitam a ideia de escola para seus filhos, dizendo que é lá onde eles vão aprender coisas que os possibilitarão ter uma vida confortável no futuro... e “ser alguém” na vida.


Eu entendo o motivo dos pais falarem isso. Mas as perspectivas de uma criança frente ao futuro são muito diferentes das nossas.


Para alguém de 10 anos, uma pessoa de 20 é muito mais velha que ela. É SÓ o dobro de toda a vida que ela conhece. E, para ela, esse tempo vai demorar muito pra passar.


Crianças pensam no aqui e no agora.


Por essas razões, a escola precisa – e deve – ser um local onde a internalização do conhecimento aconteça com prazer e alegria, de acordo com a condição física “cheia de energia” que nossas crianças possuem e, principalmente, junto à natureza... não a fórceps, enclausuradas em salas de aula.


Há, inclusive, alguns modelos de ensino que focam o aprendizado em termos próximos ao que descrevo, como a Escola Waldorf – a minha preferida (mais aqui), a Escola Viva, a Escola Montessoriana, entre outras (mais, aqui).


A questão é que eles custam maia caro, pois é necessária uma mudança radical de infraestrutura e um número maior de docentes com capacitações diferenciadas.


Daí fica a pergunta: Se ensino e educação não são custos, mas investimentos, por que ainda não começamos a investir pesado no futuro da nossa sociedade? (mais, aqui e aqui).


Não me espanta ver a quantidade de pessoas (crianças, adolescentes e adultos) com transtornos psicológicos, assim como a nossa existência no planeta estar à beira da extinção.


É por isso que eu tenho uma certeza: ou mudamos, ou mudamos!


E é com essa enorme vontade de mudança em prol do desenvolvimento e permanência sustentável da nossa sociedade nesse planeta que a Civisporã elabora o seu trabalho, seja na publicação de conhecimento nos seus canais, seja produzindo camisetas para nós, seres humanos, e nossos amigos peludos.


Sempre com o propósito de sensibilizar a população de que a sociedade atual é o resultado daquilo que somos no dia a dia, e de que nossas atitudes transformam a sociedade, positiva – ou negativamente.



Alguns dos artigos apresentados aqui no Sermoré da Civisporã, ou nos textos estampados nas suas camisetas, podem parecer um pouco duros, pois repreendem atitudes prejudiciais; outros apresentam um convite a juntar “lé com cré”; outros são motivacionais.


Mas todos eles nos fazem pensar e possuem o mesmo objetivo: lembrar que somos nós que construímos o Brasil e que cabe a nós melhorar a nossa sociedade. Sociedade esta que se iniciou no encontro dos colonizadores portugueses com os nativos indígenas que aqui já viviam.


E é refletindo esse início do nosso país que está estampado o propósito fundamental da CIVISPORÃ:

CIVIS: Sociedade, em Latim.

PORÃ: Boa/m, bonita/o, melhor, em Tupi.

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