Aprendi com um mestre que, “se você não consegue controlar o seu desejo por algo a ponto dele te vencer é porque você está viciado nele”.
Mas antes de falarmos mais sobre isso, convido você a clicar nesse link para escutar uma música, enquanto conversamos sobre o tema - delicado - desse artigo.
--- Pausa para a música iniciar ---
Estamos sujeitos a todos os tipos de vícios possíveis e imagináveis em nossas vidas.
Desde os mais “famosos”, como drogas, sexo e jogos “de azar”, até os moralmente aceitos, como doces, compras e trabalho (aliás, o vício – ou compulsão – pelo trabalho chega a ser condecorado como símbolo positivo de caráter em algumas culturas).
O médico canadense Gabor Maté diz que, se você pratica determinado hábito constantemente por desejo e alívio, produzindo consequências negativas a longo prazo e, pra finalizar, você tem dificuldade de simplesmente parar... cuidado: você tem um vício.
Mas como o próprio médico destaca, o vício não é uma escolha, não é genético, como também precisa ser tratado de forma diferente, onde é necessário buscar a causa da dor emocional que leva um ser a se viciar por algo, e não o elemento que vicia, já que o vício nada mais é que o preenchimento de uma necessidade humana (super aconselho a leitura da reportagem inteira, aqui).
Os resultados causados pelos vícios humanos são desastrosos, principalmente em uma sociedade repleta de problemas e situações que causam dores humanas a todo instante... e em todos os lugares.
O ponto é que há uma diferença muito grande na forma como a sociedade (em geral) lida com os vícios moralmente aceitos (doces e compras), os moralmente condenáveis (sexo e jogos), assim como os legais (bebidas e cigarros) e os ilegais (drogas e entorpecentes)
Sobre esses últimos, em especial, entendo que a famosa “guerra contra as drogas” é uma ação perdida desde o início da batalha, visto que, como a esmagadora maioria dos especialistas sobre o assunto indica, a abordagem dos órgãos estatais é completamente equivocada (mais, aqui e aqui).
Sempre que me deparo com o tema “Cracolância”, em São Paulo, penso que nossas autoridades agem sobre o assunto como aquele médico que ministra um simples remédio para dor de cabeça ao paciente com dores generalizadas e insuportáveis, resultantes de doença que necessita de tratamento inovador e progressista para a sua causa (mais, aqui).
Governos de todo o mundo torram bilhões e bilhões de dólares anualmente para secar gelo com “ações”, tal qual na cracolândia. Toneladas de dinheiro público para ministrar remédios para dor de cabeça sem resolver, ou diminuir o problema (muito pelo contrário).
A realidade da nossa sociedade é tão hipócrita em si que o uso de drogas por parte de combatentes em guerras (muitas delas, inclusive, contra as próprias drogas) chega a ser ultrajante (mais, aqui).
Um dos motivos pelo qual tenho plena convicção, como sempre falo nos artigos que escrevo aqui no Sermoré, de que a resposta para o problema está na capacitação do ser humano... Mais precisamente de todos os quase 8 bilhões que perambulam por esse pequeno ponto azul, pairando no infinito do universo, entre bilhões e bilhões de galáxias.
E acredito, ainda, que essa capacitação passa, por mais incrível – ou maluco – que pareça, por uma nova relação e envolvimento do ser humano com as drogas, assim como outros elementos e situações viciantes (tal qual o veneno de uma cobra que se torna solução para o seu próprio malefício).
Super aconselho o documentário “Como mudar a sua mente”
Assim como o documentário Explicando a Mente (mais ou menos 20 minutos para cada um dos 5 episódios).
Utopia?
Quem sabe.
Mas o que seria do desenvolvimento humano se não fosse a busca incansável por ela.
E é com essa enorme vontade de trabalhar pelo desenvolvimento humano que a Civisporã elabora o seu trabalho, seja na publicação de conhecimento nos seus canais, seja produzindo camisetas para nós, seres humanos, e nossos amigos peludos.
Sempre com o propósito de sensibilizar a população de que a sociedade atual é o resultado daquilo que somos no dia a dia, e de que nossas atitudes transformam a sociedade, positiva – ou negativamente.
Alguns dos artigos apresentados aqui no Sermoré da Civiporã, ou nos textos estampados nas suas camisetas, podem parecer um pouco duros, pois repreendem atitudes prejudiciais; outros apresentam um convite a juntar “lé com cré”; outros são motivacionais.
Mas todos eles nos fazem pensar e possuem o mesmo objetivo: lembrar que somos nós que construímos o Brasil e que cabe a nós melhorar a nossa sociedade. Sociedade esta que se iniciou no encontro dos colonizadores portugueses com os nativos indígenas que aqui já viviam.
E é refletindo esse início do nosso país que está estampado o propósito fundamental da CIVISPORÃ:
CIVIS: Sociedade, em Latim.
PORÃ: Boa/m, bonita/o, melhor, em Tupi.
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