Se eu perguntasse a você: “Como é o mundo em que vivemos e como ele funciona?”, o que você responderia?
Pois é com essa pergunta que eu dou início ao tema de hoje: I D E O L O G I A.
Antes de mais nada, quero relembrar que a ideia dos artigos que publico é trazer conhecimento de forma simples e compacta, que incentivem a vontade de aprofundamento sobre os temas que trago neles, estimulando o desenvolvimento pessoal e, principalmente, a construção de uma sociedade melhor.
=)
Se você conhece o saudoso Cazuza, com certeza já deve ter escutado a música de mesmo nome, onde ele fala que deseja uma ideologia “pra viver”. Aliás, aconselho você a escutá-la enquanto vamos conversando (link, aqui). Isso mesmo... conversando, pois, para mim, os artigos que escrevo são sempre uma conversa, já que sempre aguardo uma resposta e interação de quem os lê (e confesso que fico cada dia mais feliz em receber respostas e interações de pessoas que passaram a lê-los com frequência).
O termo ideologia possui dois sentidos, sendo um, neutro (ou fraco) e o outro, crítico (ou forte), sendo que o primeiro afirma que ideologia representa o grupo de ideias, pensamentos, doutrinas, conhecimentos, percepções de vida e de mundo, que uma pessoa tem, influenciando suas atitudes na esfera social, política, religiosa, econômica...
Já o sentido crítico (ou forte) indica que a ideologia é um instrumento de dominação de um determinado grupo (classe dominante, que possui o monopólio dos meios de produção) sobre outra (proletária), sendo que a ideia utilizada para isso (e aqui não estão apenas as ideias, mas os discursos e as ações também) não reflete a real intenção daquilo que há por trás da intenção de dominação. Traduzindo em poucas palavras é a alienação que os dominantes causam nos dominados para manter a dominação. A ideia da meritocracia na nossa sociedade, por exemplo, é uma ação ideológica.
Embora o pensamento crítico seja o mais estudado e debatido entre os teóricos do assunto ao longo dos últimos séculos (tendo Karl Marx como o seu principal expoente), o senso comum de “ideologia” está justamente no sentido neutro (ou fraco), o que pode causar confusão na compreensão do que determinada pessoa quer dizer quando utiliza esta palavra em suas narrativas (falas ou textos).
Aliás, há inúmeras outras palavras que confundem as pessoas quando são expressas em discursos (falados ou escritos) - como “radical”, por exemplo - mas outra hora eu falo sobre isso e como muitas destas palavras são usadas de forma a gerar dubiedade na narrativa, sendo possível "desdizer" algo que foi dito.
Mas independentemente do significado que você pode dar para o termo ideologia, acredito que o mais importante para as pessoas está na capacidade de compreender o mundo como ele é... e porque é da forma como está posto para cada um de nós, para que possamos entendê-lo e saber como melhorá-lo. Sabe aquela máxima: “Primeiro precisamos entender o que é o problema e o que o causa, para depois poder saber como resolvê-lo?
Então... é bem por aí!
E para isso é preciso compreender uma série de temas ligados às Ciências Humanas, como:
A História, e como chegamos até o momento presente. Quais foram os acontecimentos e personagens que causaram as situações que nos trouxeram a esta realidade em que vivemos;
A Sociologia e a Antropologia, para entender como nos agrupamos em sociedade e nos relacionamos entre si. Como dominamos, ou deixamos ser dominados para que determinadas coisas aconteçam, seja nos pequenos grupos sociais, ou nas grandes sociedades em que vivemos;
O Direito e a Filosofia, que nos proporciona entender como os regramentos (formais, ou não) são construídos, modificados e extintos. Como a moral é utilizada nestas dinâmicas, e como determinados grupos possuem mais poder do que outros na hora destas construções;
E, por fim, a Psicologia, responsável pelo entendimento do porquê somos como somos, do porquê possuímos uma série de necessidades que podem nos trazer benefícios (ou o contrário) na relação com nós mesmos, ou com os outros.
Não quero dizer que seja necessário ter o domínio tal qual o de Professores Doutores sobre estes temas, nem mesmo que a compreensão do mundo esteja restrita a apenas estas matérias.
Mas tenho plena convicção de que é necessário ter um entendimento básico destes assuntos para formatar e desenvolver o pensamento crítico sobre a realidade da nossa sociedade, a ponto de construir uma base ideológica (no sentido neutro, ou fraco) que promova uma sociedade sustentável, livre, digna e justa para todos, e que seja capaz de exterminar a ideologia (no sentido crítico, ou forte) que mantém uma classe dominante sobre outras, dominadas. E o mais importante de tudo: que nos possibilite conviver e nos relacionar de forma harmônica, mesmo pensando e sendo diferentes uns dos outros.
Com esse ideal e propósito, a Civiporã desenvolve o seu trabalho, seja através de conteúdo publicado aqui no Sermoré, seja através das camisetas produzidas para nós, seres humanos, e nossos amigos peludos. As camisetas produzidas têm como objetivo conscientizar a população de que a sociedade atual é o resultado daquilo que somos no dia a dia, e de que são as nossas atitudes que transformam a sociedade, positiva – ou negativamente.
Alguns dos textos estampados nas camisetas podem parecer um pouco duros, pois repreendem atitudes prejudiciais; outros apresentam um convite a juntar “lé com cré”; outros são motivacionais. Mas todos eles nos fazem pensar e possuem o mesmo objetivo: lembrar que somos nós que construímos o Brasil e que cabe a nós melhorar a nossa sociedade. Sociedade esta que se iniciou no encontro dos colonizadores portugueses com os nativos indígenas que aqui já viviam.
E é refletindo esse início do nosso país que está estampado o propósito fundamental da CIVISPORÃ:
CIVIS: Sociedade, em Latim.
PORÃ: Boa/m, bonita/o, melhor, em Tupi.
Adquira a sua!
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