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Foto do escritorAlex Stein

Como Nascem as Estrelas

Atualizado: 16 de dez. de 2021



Não, no texto de hoje eu não falarei sobre essas grandes esferas de plasma, mantidas por sua própria gravidade no nosso universo. Muito menos como virar um astro famoso das artes, como o nosso saudoso Cazuza que, aliás, deixo este link para você escutar uma música que tem tudo a ver com o artigo de hoje.


O que eu vou explicar hoje é como se tornar um bilionário.


Sim, após o grande fluxo de leitores sobre o tema passado (link, aqui), e alguns pedidos de pessoas mais próximas, vou mostrar como você pode entrar nesse “seleto” grupo de pessoas que podem usufruir de TUDO o que o nosso planeta pode oferecer. Mas muito cuidado: Embora seguir a fórmula seja mais simples do que se parece, saiba que o custo (pessoal e social) é exatamente o contrário disso.


Por ser bacharel do curso de direito, aprendi 4 formas de se tornar um bilionário (se você conhecer outra, por favor, indique nos comentários abaixo).


A primeira, e mais simples de todas, é nascer em uma família bilionária. Mas como a “façanha” é desconhecida, não vou me ater a esta possibilidade. Lembro apenas que, em algum momento da história da família, alguém dela se tornou um bilionário.


A segunda é através do golpe do baú, possibilidade tão difícil quanto incomum (mais até que a próxima que vou relatar).


Você pode se tornar um bilionário jogando! Sim, por incrível que pareça, há prêmios bilionários, mas eles são raros (esse sortudo ganhou USD 1bi jogando no Mega Millions) e alguns cassinos possuem mesas de jogos reservadas para milionários que podem conseguir tal façanha (link, aqui).


Mas a mais comum de todas é esta que eu vou relatar (sugiro agora clicar no play do vídeo acima, do Cazuza, para você ter música de fundo relacionada à leitura).


Você pode se tornar um bilionário aliando o seu trabalho, seus investimentos, sua rede de contatos e... a máquina pública.


Sim, caro leitor! A maioria das fortunas dos bilionários do mundo foi alcançada com o uso da máquina pública. E eu não estou falando de políticos que se tornaram bilionários - embora isso também seja possível. Eu estou falando de grandes empresários e grandes investidores financeiros que se utilizam da política para conseguir negócios bilionários com o uso da máquina pública... e de forma “legal”, pero no mucho.


Quer um exemplo?


Privatizações, concessões e serviços para o Estado são alguns dos negócios que aumentam voluptuosamente o capital de empresas que mantêm negócios com a máquina estatal e, consequentemente, o capital dos seus proprietários, ou acionistas (investidores financeiros).


Convido você a pensar numa empresa cujo negócio seja a geração e distribuição de energia elétrica, por exemplo (mas poderia ser o ramo dos portos, aeroportos, estradas, ferrovias, saneamento básico, etc). Como esses ramos de negócio não são a mesma coisa que vender perfumes (onde o aumento do mercado consumidor se dá através da venda de seus produtos em novos locais), as empresas que atuam nele só conseguem aumentar o seu mercado consumidor através da compra de estatais de sua área, em países subdesenvolvidos, ou em desenvolvimento, possibilitando lucro apenas aos seus acionistas e investidores financeiros.


Mas conseguir apoio legal e popular para privatizações demanda de muito “investimento” em políticos que possam tornar tais “empreitadas” viáveis. Países subdesenvolvidos e em desenvolvimento, como o Brasil, são uma mina de ouro para grandes corporações e grandes investidores financeiros crescerem suas fortunas, visto que possibilitam aumento gigantesco de mercado consumidor, por conta de suas grandes populações que são obrigadas a consumir serviços básicos onde não há concorrência, como luz, água, saneamento básico e infraestrutura de transportes, por exemplo.


Além disso, suas democracias são muito frágeis e suas sociedades são facilmente manipuláveis - tornar uma empresa estatal deficitária e conseguir o apoio público para sua privatização é muito fácil, ainda mais quando os políticos que vão ganhar uma “comissão” com a negociata estão à frente da máquina pública, seja no executivo, na maioria do congresso, ou em ambos. Aliás, como comprova o advogado, professor pesquisador, escritor e sociólogo Jessé Souza, no seu livro A Elite do Atraso, a corrupção dos políticos chega a ser mais de 500 vezes MENOR que a corrupção das grandes corporações e investidores financeiros no nosso país.


Mas você deve estar pensando: “Ok, você está dando exemplos de empresas e investidores financeiros que já possuem uma quantia razoável de dinheiro a ponto de fazer negócios com o Estado. Mas... como chegar neste estágio?


Bom... vou relatar um exemplo que se encontra na construção civil, mas informo que o princípio pode ser aplicado em outras áreas da economia e que o caso que contarei é um exemplo dos debates que encontro na academia jurídica. Vamos a ele:


Imagine que você (ou você e sócios) possui algumas economias que lhe tornam capaz de comprar um pequeno terreno e contratar os profissionais necessários para construir um pequeno prédio que, na documentação para receber o alvará de construção do município, terá 3 andares, com 2 apartamentos de 90 m2 em cada um deles, em uma zona urbana de construções liberadas até 3 andares. Porém, o que você realmente constrói é um prédio de 5 andares com 2 apartamentos de 100 m2 em cada um deles.


Como na sua cidade, a multa para a regularização da obra é baixa e acaba “compensando” construir imóveis em desacordo com seus projetos liberados, aquele empreendimento que lhe renderia X reais acaba rendendo duas vezes mais (mesmo pagando a tal multa).


Com o lucro desse empreendimento, você agora pode construir não apenas um, mas dois novos prédios da mesma forma, gerando lucros ainda maiores, mesmo cometendo a mesma infração e regularizando-os com o pagamento das multas (que nunca coíbem tal prática). Não vou me ater a possíveis infrações trabalhistas nesse texto, embora elas ocorram com frequência, em nome da “geração de empregos”.


Daí que, com esta prática, o seu lucro acaba sendo muito maior do que seria, caso empreendesse da forma como as regras que deveriam ser criadas para o bom convívio da sociedade e, após mais algumas práticas destas ações “empresariais”, chega um momento que você já possui dinheiro suficiente para investir na campanha de um, ou mais vereadores na sua cidade. E junto com alguns conhecidos construtores, vocês elegem políticos que trabalharão na câmara legislativa municipal para a criação de leis “mais modernas” - que os beneficiarão, lógico - como a diminuição da multa de regularização de obras embargadas, possibilidade de empreendimentos em áreas de preservação ambiental, e assim por diante.


Pronto! A fórmula mágica começou a ganhar forma e, passado mais algum tempo, você já é dono de uma construtora que levanta arranha-céus, com apartamentos milionários, que lhe dão lucros suficientes para investir em voos maiores: Agora você pode investir em outras cadeiras da máquina estatal e conseguir licenças ambientais de forma fraudulenta, sentenças judiciais favoráveis em obras embargadas pelo Estado. Você, inclusive, já pode investir na campanha eleitoral do governador do seu estado, assim como de alguns deputados estaduais e federais.


É só uma questão de mais um pouco de tempo para ter dinheiro suficiente de comprar votos necessários para acórdãos favoráveis, ou ainda arquivamentos de denúncias de sonegação de impostos. De repente você até está apto a aportar capital em uma campanha presidencial.


Pronto: Você se tornou um bilionário! Mesmo que grande parte desse dinheiro esteja no nome de laranjas e de empresas off-shore, em paraísos fiscais. Além da influência econômica e política, você possui influência social, e parte do seu capital serve como investimento de convencimento da população para os seus desejos de crescimento econômico, emplacando reportagens em quaisquer mídias (TV, jornal, revista e, principalmente, na internet). Prometo que vou escrever um texto específico sobre o 4º poder: Comunicação.


Mas qual é o custo ao final de tudo isso?


Desastres ambientais, endividamento e aumento do déficit estatal, diminuição de investimentos em saúde, educação, pesquisa, segurança, aumento dos custos com servidores públicos, desigualdade social e internacional (no próximo texto eu vou mostrar como o dinheiro do mundo está dividido), violência urbana e rural... E a lista seguiria por mais alguns parágrafos.


Infelizmente, provar casos como esse que descrevi, assim como outros, é muito difícil. E mesmo quando consegue-se provar alguma coisa, a dificuldade em fazer cumprir a lei é maior ainda. Basta vermos que até países ditos desenvolvidos, como os EUA, possuem suas dificuldades na hora de prender bilionários poderosos, já que tal poder se confunde com o poder estatal por lá também - a crise imobiliária que o diga. Leia sobre esse assunto nesse link.


Agora, eu quero te aliviar o pensamento: Se você chegou até aqui com a sensação de estar pagando por uma festa da qual não deixam você entrar, saiba que você não está só (e talvez seja por isso que muitos acreditam que a ignorância seja uma benção). Mas acredito que é possível, sim, termos um futuro melhor. E para isso, é imprescindível que o conhecimento seja democratizado, pois, embora a ignorância possa ser uma benção para alguns, o conhecimento é libertador para todos.


E é exatamente por querer essa liberdade para todos, que a CIVIPOSRÃ investe nesse espaço de conhecimento e se propõe a trabalhar por uma sociedade de Cidadãos, com "C" maiúsculo, produzindo camisetas para nós, seres humanos, e nossos amigos peludos, conscientizando a população de que a sociedade atual é o resultado daquilo que somos no dia a dia, e de que nossas atitudes transformam a sociedade, positiva – ou negativamente.


Alguns dos textos estampados nas suas camisetas podem parecer um pouco duros, pois repreendem atitudes prejudiciais; outros apresentam um convite a juntar “lé com cré”; outros são motivacionais. Mas todos eles nos fazem pensar e possuem o mesmo objetivo: lembrar que somos nós que construímos o Brasil e que cabe a nós melhorar a nossa sociedade. Sociedade esta que se iniciou no encontro dos colonizadores portugueses com os nativos indígenas que aqui já viviam.


E é refletindo esse início do nosso país que está estampado o propósito fundamental da CIVISPORÃ:


CIVIS: Sociedade, em Latim.

PORÃ: Bom, bonito, melhor, em Tupi.


Até a próxima e que todos nós, brasileiros, tenhamos a nossa desejada CIVISPORÃ!


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