No dia 8 de setembro comemora-se o Dia Internacional da Alfabetização, declarada pela Unesco no dia 26 de outubro de 1966, com o objetivo de alertar a importância da alfabetização de indivíduos, comunidades e sociedades para um mundo melhor (ou seria uma CIVISPORÃ?)
De acordo com a PNAD (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio) Contínua Educação 2019, o Brasil possui 11 milhões de analfabetos com mais de 15 anos. Ou seja, a população todinha do Rio Grande do Sul (ou do Paraná) de pessoas que não entendem absolutamente nada do que está escrito, que precisam pintar o polegar para assinar um documento, mas acima de tudo, que não podem exercer sua condição de ser humano por completo.
Este documento apresenta dados extremamente importantes, não apenas sobre o analfabetismo no Brasil, mas outros como: abandono escolar, grau de escolaridade, quantidade de alunos na rede pública e privada, entre outros. E todos estes dados podem ser analisados de acordo com faixa etária, sexo, cor (ou raça) e região do país. Para acessá-lo, clique aqui.
E uma coisa é facilmente observada: A porcentagem de analfabetos no Brasil vem diminuindo ano a ano. Para se ter uma ideia, em 1900 a população brasileira com mais de 15 anos era de 9.728.000 pessoas, sendo que 6.348.000 delas eram analfabetas, equivalendo a 65,3% da população total (mais, aqui). Hoje, essa proporção é de 6,6% dos brasileiros acima desta idade.
“Ok”, você pode estar pensando... “Estamos chegando lá e falta pouco”.
E concordo com você... em partes, pois, infelizmente, o buraco é um pouco mais embaixo (e já adianto que em tal buraco, NÃO estamos sozinhos).
De acordo com o INAF - INdicador de Analfabetismo Funcional, a alfabetização é classificada em 5 níveis: analfabetos, alfabetizados em nível rudimentar, alfabetizados em nível elementar, alfabetizados em nível intermediário e alfabetizados em nível pleno (ou proficiente), sendo que somente 12% da população brasileira (dados de 2018) estão neste último nível (sugiro analisar a proporção da população brasileira em cada um destes 5 níveis, clicando aqui)
Se você está entendendo tudo o que eu quero dizer, sinta-se um(a) afortunado/a, pois faz parte destes 12% de brasileiros que conseguem compreender os textos que leem. E fique mais contente ainda, pois esses dados não são tão diferentes de outros países do nosso planeta. Enquanto 22% da população brasileira possui alfabetização rudimentar (ou nível 1), esse número chega a 58% no Chile e 28% na Itália, Israel e Espanha. Na França, são os mesmos 22% de alfabetizados em nível rudimentar. Para fazer mais análises e ver que o problema é de escala global, clique aqui. Sugiro assistir ao vídeo, ou analisar os dados das páginas 17 e 18 da apresentação abaixo dele. O gráfico abaixo foi retirado desta apresentação.
Em outras palavras, vivemos não só em um país, mas num planeta com um gigantesco número de pessoas que não possuem capacidade para ler e compreender textos e informações.
E o que você perde com a falta de capacitação humana alheia?
Bom... O vídeo abaixo (menos de 2 minutos) exemplifica uma das coisas que discuti no artigo “A Miséria Nossa de Todo Dia” (link, aqui) e que acredito ter conexão com esta grande quantidade de pessoas no mundo que são "DEScapacitadas" de ler e compreender.
Se você não leu o artigo “Efeito Borboleta” (link, aqui), sugiro que analise as informações que eu apresento naquele texto, pois ele dá algumas respostas, embora eu possa relembrar as piores delas: alto grau de desigualdade social e, consequentemente, alto nível de violência urbana.
Acredito, então, que fique fácil entender aquele pensamento que diz que aquilo que fazemos para os outros, estamos fazendo para nós mesmos, pois somente quando tivermos pessoas capacitadas, teremos cidadãos capazes de construir uma sociedade melhor.
E é exatamente por isso que a Civisporã se propôs a produzir e publicar conhecimento de forma descomplicada sobre temas sociais, políticos, jurídicos, ambientais, filosóficos, entre outros, postando todas as quartas um artigo novo sobre algum desses temas. Logo vamos começar a publicá-los na forma de podcast também, para que esse conhecimento possa chegar a mais e mais pessoas, incluindo aqueles que não compreendem bem o que lêem.
Fora esse material, ela também produz camisetas para nós, seres humanos, e nossos amigos peludos, com o propósito de conscientizar a população de que a sociedade atual é o resultado daquilo que somos no dia a dia, e de que nossas atitudes transformam a sociedade, positiva – ou negativamente.
Se você não conhece as camisetas que são vendidas, dá uma olhadinha no site, clicando aqui. Alguns dos textos estampados nelas podem parecer um pouco duros, pois repreendem atitudes prejudiciais; outros apresentam um convite a juntar “lé com cré”; outros são motivacionais. Mas todos eles nos fazem pensar e possuem o mesmo objetivo: lembrar que somos nós que construímos o Brasil e que cabe a nós melhorar a nossa sociedade. Sociedade esta que se iniciou no encontro dos colonizadores portugueses com os nativos indígenas que aqui já viviam.
E é refletindo esse início do nosso país que está estampado o propósito fundamental da CIVISPORÃ:
CIVIS: Sociedade, em Latim.
PORÃ: Boa/m, bonita/o, melhor, em Tupi.
Bora começar a investir na capacitação dos outros, para que a nossa própria vida melhore?
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