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Foto do escritorAlex Stein

Realidade à Prova

Atualizado: 15 de jun. de 2022




Com quem você se informa? Que veículos de notícias você segue? O que você reproduz de conteúdo de informação consumido?


Na semana passada foi comemorado(?) o Dia da Liberdade de Imprensa e gostaria de puxar esse assunto no artigo de hoje, afinal, acredito incondicionalmente que precisamos entender o que é a imprensa, e porque ela precisa ser livre - o que não significa ser irresponsável ao noticiar fatos.


Mas antes de começar a puxar o assunto, peço que você acesse esse link para termos uma música de fundo para o nosso papo de hoje.


--- Pausa para a música iniciar ---


O termo “4º poder” é atribuído a uma possível fala de Lord Macauly, em 1828 (mais, aqui), na Inglaterra, e ganhou força em meados do século 19, designando a Imprensa como um “poder fiscalizador” dos abusos dos 3 poderes originais de Estados Democráticos (Executivo, Legislativo e Judiciário).


A ideia de fiscalizar o poder do Estado através de uma comunicação de massa livre e independente foi, durante muitos anos, conhecida como a vontade do povo (mais, aqui).


Mas a verdade é que o poder da comunicação de massa sempre esteve fortemente ligado ao poder econômico, que sempre transmitiu a informação de acordo como lhe convinha, em favor dos seus interesses... e desde muito antes da invenção da prensa, em 1430 (mais, aqui). Aliás, você acha que qualquer um tinha dinheiro para comprar uma prensa capaz de produzir informação em massa no século XV?


Da prensa à internet, é fato que o custo de produzir informação caiu vertiginosamente e se democratizou. Mas fazer com que uma informação alcance as massas ainda possui um custo elevado, seja por conta do capital necessário para fazer com que algo esteja na primeira página do Google, ou do tempo exigido para que algo se torne referência de conteúdo para consumo de massa.


É lógico que sempre existe os acasos, tais como criadores de conteúdo que viralizam sem (ou com pouco) investimento financeiro. Mas alcançar o grande público de forma robusta e constante demanda duas coisas: tempo e dinheiro.


Quanto mais conhecido o seu “canal de comunicação”, maior a probabilidade de atração de anunciantes (influenciadores digitais, de Instagram a Tik Tok, que o digam).


Quando o anunciante é muito maior que o canal de comunicação, não é difícil encontrar situações de abusos por parte de alguns anunciantes.


E o mesmo vale para a situação inversa.


Peço que você assista uma parte do filme “Chatô, o Rei do Brasil”, baseado no livro de mesmo nome - 1:04:30 até 1:07:05 - para que você entenda o que estou falando.




Aliás, aconselho MUITO que você assista o filme todo, que fala sobre parte da vida de Assis Chateaubriand (principalmente quando ele traz a televisão para o Brasil) e como o 4º poder pode ser utilizado, tanto para o bem de toda a sociedade, como para fins espúrios em prol de ganhos econômicos e políticos.


E é exatamente por essas duas formas de como o 4º poder pode agir, que é de extrema importância que a imprensa seja livre (sempre), mas regulada.


E quando eu falo em regulação, não quero dizer que ela tenha que ser amordaçada, ou censurada. Muito pelo contrário.


Se não fosse o jornalismo investigativo, por exemplo, não saberíamos de inúmeros casos de abusos de poder, seja por parte do Estado, seja por parte de outros personagens sociais.


Indico o filme The Post – A Guerra Secreta.




E o filme Spotlight – Segredos Revelados.




Uma imprensa livre é uma ferramenta imprescindível para o desenvolvimento da democracia e, consequentemente, da sociedade.


Mas abusos de poder dos meios de comunicação devem ser responsabilizados e penalizados. E para que isso seja possível, precisam ser codificados (colocados em papel), já que o sistema do direito brasileiro não é common law (não codificado), mas civil law (codificado). Mais, aqui.


O fato de não dispormos de uma regulamentação da mídia (leis para os meios de comunicação) dificulta que casos de abuso de poder cometidos por ela sejam sentenciados e penalizados, já que os operadores do Direito (advogados, promotores, juízes...) precisam buscar no atrasado CBT (Código Brasileiro das Telecomunicações) e/ou jurisprudências que possam, de alguma forma, tratar do assunto, dificultando tais penalizações.


Aconselho você a ler esse artigo, da EBC, que fala sobre a necessidade de um Marco Legal para a Comunicação no Brasil, e de como é a regulação da mídia no mundo. Tenho certeza de que você vai entender por que é mais que necessária a criação dessa regulamentação para a nossa sociedade.


Se você ainda não concorda comigo, aconselho a assistir (novamente) aquela parte do filme “Chatô”, que disponibilizei acima (na verdade, seria ótimo que você assistisse o filme todo).


Todo acadêmico de Comunicação Social (Jornalismo, Publicidade, Relações Públicas...) precisa estudar a história da comunicação, assim como suas diversas teorias, além de outras disciplinas ligadas ao comportamento humano e social, que comprovam como a comunicação de massa molda e direciona a forma de ser e pensar da sociedade.


Se você gosta do assunto, sugiro conhecer a Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares da Comunicação (Intercom), que disponibiliza diversos artigos produzidos por pesquisadores da comunicação na Revista Intercom.


A questão, mesmo, é que precisamos – todos - nos tornar cidadãos mais capacitados. Precisamos estar esclarecidos sobre o funcionamento da sociedade e dos elementos que nos regem, evitando que sejamos utilizados como massa de manobra, seja para o benefício do grupo econômico A, B, C...


Quanto mais pessoas esclarecidas, e detentoras de conhecimento de qualidade, houver dentro da nossa sociedade, melhor para todos, e cada um de nós.


E é justamente para que essa sociedade seja melhor para todos, e cada um de nós, que a Civisporã elabora o seu trabalho, seja na publicação de conhecimento nos seus canais, seja produzindo camisetas para nós, seres humanos, e nossos amigos peludos.


Sempre com o propósito de sensibilizar a população de que a sociedade atual é o resultado daquilo que somos no dia a dia, e de que nossas atitudes transformam a sociedade, positiva – ou negativamente.



Alguns dos artigos apresentados aqui no Sermoré da Civisporã, ou nos textos estampados nas suas camisetas, podem parecer um pouco duros, pois repreendem atitudes prejudiciais; outros apresentam um convite a juntar “lé com cré”; outros são motivacionais.


Mas todos eles nos fazem pensar e possuem o mesmo objetivo: lembrar que somos nós que construímos o Brasil e que cabe a nós melhorar a nossa sociedade. Sociedade esta que se iniciou no encontro dos colonizadores portugueses com os nativos indígenas que aqui já viviam.


E é refletindo esse início do nosso país que está estampado o propósito fundamental da CIVISPORÃ:

CIVIS: Sociedade, em Latim.

PORÃ: Boa/m, bonita/o, melhor, em Tupi.

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