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Foto do escritorAlex Stein

Jogados na Rua



Eles estão nas esquinas, em cantos de prédios, sob marquises, viadutos e pontes. Basta andar pelas cidades do Brasil e observar que a situação se multiplica a cada dia.


Mas antes de conversarmos sobre o assunto de hoje, vou pedir pra você clicar nesse link, e escutar uma música que, como sempre, tem a ver com o tema da nossa conversa.


--- Pausa para a música iniciar ---


Recentemente, estive em São Paulo e percebi que, a cada dia que volto à maior cidade do Brasil, o número de moradores de rua só aumenta por lá.


Pior que isso, essa realidade não se restringe mais às grandes e médias cidades brasileiras.


O drama da desigualdade social e dos moradores de rua não são uma novidade, em um país que teve o seu presente construído por séculos de escravidão e descaso total com os libertados (mais, aqui).


Embora não haja uma contagem formal dessa população (o que dificulta a viabilização de uma política nacional sobre o assunto), o Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada) estimou quase 222 mil pessoas vivendo nessa condição em março de 2020 (com dados de antes da pandemia de Covid). Em 2012, este número não chegava aos 100 mil (mais, aqui e aqui).


Para instituições ligadas ao problema, como o MNPR (Movimento Nacional de Saúde), o número está em torno de meio milhão em 2022, e uma das soluções para o problema pode estar na criação de políticas de Estado que promovam moradia social em larga escala (aconselho muito a leitura sobre o assunto, aqui).


Eu não sei como você se sente ao ver pessoas morando na rua, mas eu sempre fico me perguntando o que poderia resultar daquela pessoa, caso ela tivesse recebido investimento para o seu desenvolvimento psíquico, social, econômico...


Será que teríamos a descoberta para a cura de uma doença? A solução para a crise climática? A elaboração de uma nova forma de produção de alimentos?


Quantas possibilidades de desenvolvimento social jogamos no lixo todos os dias e sequer nos damos conta disso?


Dia desses escutei de alguém que o dinheiro consegue transformar gente feia em gente bonita, enquanto me mostrava o antes e depois de algumas celebridades que eram pobres antes da fama.


Sim, o dinheiro pode embelezar alguém com cirurgias plásticas, clínicas de estética e tratamentos dentários.


Também pode embelezar toda uma sociedade, garantindo a todos moradia, alimentação, saúde, educação, segurança...


Mas quando esse dinheiro está restrito nas mãos de pouquíssimas pessoas (e já falei sobre essa classe social, aqui, aqui e aqui), o resultado para o qual a maioria de nós tenta fechar os olhos é uma feiura de maltrapilhos sobrevivendo com o que arranja nos lixos das nossas cidades.


Se todos nós tivéssemos a plena certeza de que, após a morte, reencarnaríamos para este mesmo planeta em um corpo qualquer, de forma completamente aleatória (ao acaso) nós já teríamos acabado com a pobreza há muito tempo.


A pequeníssima possibilidade de viver sob a pele de um(a) miserável faria com que todos nós trabalhássemos para que não houvesse pobreza no mundo, fazendo com que TODOS vivessem com dignidade em uma sociedade equânime.


Estaríamos usando a característica humana mais visível - o egoísmo - ao nosso próprio favor (mais, aqui), fazendo bem a si próprio(a) ao fazer bem ao próximo (acho que alguém muito famoso que passou por aqui há uns 2 mil anos atrás já falou isso antes).


Não haveria por que desviar o olhar ao andar em certas ruas, nem por que evitar determinados locais de nossas cidades.


O que nos falta é apenas um passo em frente, chamado Coragem, para mudar o que aí está.


E é com um enorme desejo de promover essa coragem que a Civisporã elabora o seu trabalho, seja na publicação de conhecimento nos seus canais, seja produzindo camisetas para nós, seres humanos, e nossos amigos peludos.


Sempre com o propósito de sensibilizar a população de que a sociedade atual é o resultado daquilo que somos no dia a dia, e de que nossas atitudes transformam a sociedade, positiva – ou negativamente.



Alguns dos artigos apresentados aqui no Sermoré da Civisporã, ou nos textos estampados nas suas camisetas, podem parecer um pouco duros, pois repreendem atitudes prejudiciais; outros apresentam um convite a juntar “lé com cré”; outros são motivacionais.


Mas todos eles nos fazem pensar e possuem o mesmo objetivo: lembrar que somos nós que construímos o Brasil e que cabe a nós melhorar a nossa sociedade. Sociedade esta que se iniciou no encontro dos colonizadores portugueses com os nativos indígenas que aqui já viviam.


E é refletindo esse início do nosso país que está estampado o propósito fundamental da CIVISPORÃ:

CIVIS: Sociedade, em Latim.

PORÃ: Boa/m, bonita/o, melhor, em Tupi.

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